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Três figuras iconográficas para conhecer Teresa

Transverbação

Uma Santa mística. Teresa de Jesus é considerada uma santa mística, como aparece na imagem da “transverberação”, a graça estática que Teresa narra no capítulo 29 da Vida. João Lourenço Bernini esculpiu essa imagem em branco mármore de Carrara em 1647, e fez dela uma obra-prima do barroco. O artista julgava-a, entre as muitas imagens a “menos pior”. É a imagem que se encontra na Capela Cornaro da Igreja de Santa Maria da Vitória, em Roma.

Trata-se da imagem preferida pelo mundo barroco e pela interpretação barroca da espiritualidade teresiana: atenção ao maravilhoso, à fenomenologia mística, à irrupção do divino, com uma acentuação do proprium da experiência mística teresiana, do mais vistoso, apesar de, no caso da transverberação, não se tratar da experiência mística mais importante da Santa. São superiores as graças do matrimônio espiritual e as visões trinitárias.


Mater espiritualis

Uma Santa escritora. Assim é proposta na figura da Mestra Espiritual, na imagem de Felipe dela Valle na Basílica Vaticana, de 1754. A Santa aparece como escritora, com uma pena na mão e o livro aberto. Aos seus pés uma inscrição em latim, que inicia com as palavras “Spirit mater”. Uma leitura errada dessas palavras difundiu o título dado à Santa de “Mãe dos espirituais”. Na realidade o título se refere a Teresa enquanto “Mãe espiritual” da nova Reforma dos Carmelitas Descalços. Assim aparece também em outro tipos iconográficos, sentada, escrevendo ou em pé, com livro e pena. Uma figura clássica e bonita, frequentemente adornada com a pomba do Espírito Santo, sugerindo a ideia da inspiração dos seus escritos, considerados pela Igreja, desde o momento de sua beatificação e canonização, “celestes”, carismáticos, guiados pelo Espírito Santo.


andarilha

Uma Santa “Andarilha”. Teresa foi definida a Santa andarilha, viajadora, fundadora. Assim foi esculpida na majestosa imagem de bronze de E. Cruz Solis, colocada diante dos muros do mosteiro da Encarnação de Ávila em 1962, com o cajado na mão e a bolsa nos ombros; uma figura que exprime também o serviço eclesial, na típica imagem de Teresa uma mulher em marcha, uma figura por nós preferida porque, além do realismo da experiência apostólica e do serviço eclesial, torna evidente o sentido da mística cristã, destinada e aberta ao apostolado.


A história tem as suas preferências e diferenças a respeito desses tipos iconográficos. Mas no conjunto existe uma forte unidade na descrição da personalidade e Teresa, entre a experiência mística da imagem de Bernini; a doutrina espiritual (reflexão-pedagogia), que se inspira obviamente na experiência mística; e o serviço eclesial, que é justamente o seu testemunho-doutrina para a Igreja e que nasce também da experiência: uma espiritualidade apostólica ou uma mística apostólica. Santa Teresa, de fato, exalta o valor apostólico e eclesial da oração, mas também o valor santificante do apostolado.

A história tem as suas preferências e diferenças a respeito desses tipos iconográficos. Mas no conjunto existe uma forte unidade na descrição da personalidade e Teresa, entre a experiência mística da imagem de Bernini; a doutrina espiritual (reflexão-pedagogia), que se inspira obviamente na experiência mística; e o serviço eclesial, que é justamente o seu testemunho-doutrina para a Igreja e que nasce também da experiência: uma espiritualidade apostólica ou uma mística apostólica.

Santa Teresa, de fato, exalta o valor apostólico e eclesial da oração, mas também o valor santificante do apostolado.

Conclusão:  Uma figura polifacética

  • Uma mulher (com uma pitada de feminismo para seus tempos)
  • É uma escritora letrada e espiritual, bem colocada e reconhecida na literatura espiritual do Século de Ouro da Espanha, um clássico da linguagem castelhana
  • É uma mestra fundadora na Igreja e na família carmelitana
  • É uma cristã que viveu até o fim a vocação batismal
  • É uma mística, testemunha do mistério cristão: esse é o seu carisma e função na Igreja
  • Une dois extremos: o realismo e o humanismo. Vai do forte e ousado testemunho da espiritualidade até aos píncaros da mística. De fato, é conhecida entre o povo de Deus quer por seu caráter humaníssimo, quer também pela sua alta experiência das realidades de Deus.

 

Esta Teresa é a mesma que, em êxtase na cozinha deixou-nos a conhecida frase:

“Também entre as panelas está o Senhor!”