Por que a vocação fundamental à santidade colide com uma indiferença geral por parte dos crentes? Uma das principais razões é a tendência habitual de propor um modelo “barroco” de santidade, uma santidade que exalta a penitência e a ascese, reflexo de uma espiritualidade dolorosa, difícil de conciliar com um mundo de anseios e busca de homens e mulheres de verdade. alegria.
Propõe-se um modelo de santidade que não leva em conta o ser humano em sua integridade (alma, espírito e corpo) e até desacredita em seus sentimentos positivos. Em seus escritos, Santa Teresa valoriza tanto o ser humano integral quanto os sentimentos acima mencionados, principalmente a alegria. Os estudiosos falam de sua "alegria proverbial". Nesta tese, o tema da alegria em Santa Teresa é investigado com o objetivo de encontrar um modelo "alternativo": um modelo de santidade que ajude o ser humano a aceitar e viver a própria vocação e que esteja verdadeiramente ao alcance de todos.
Em se tratando de alegria, expõem-se inicialmente os pressupostos de uma emoção humana; em seguida, o tema é examinado em detalhes em Santa Teresa e, ao final, destaca-se sua ligação com a santidade. Onipresente em sua experiência, em seus escritos e em sua doutrina, a alegria serviu a Teresa para ajustar, redefinir, esclarecer e fundar o conceito de santidade. Teresa propõe um modelo de "santidade alegre", ou seja, uma santidade ao mesmo tempo divinizante e humanizadora; uma santidade que permite uma relação saudável e madura com Deus, com os outros, com a natureza e com o mundo; e uma santidade que lhe permite viver em harmonia com sua própria corporeidade.